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  • Foto do escritorInês Carrola

A chegada do Martim ao mundo

Cheguei a Portugal no dia 14 de Setembro de 2018, cerca de 1 ano e 8 meses depois de ter embarcado na maior aventura da minha vida, em Cabo Verde. Vinha com uma vontade enorme de fotografar famílias, que, para todos os que me conhecem, sabem que é o que mais amo fazer.


Lá no fundo, tinha um desejo maior: Fotografar o primeiro parto para que, um dia, possa ser uma referência de fotografia de partos em Portugal. Este é um sonho meu, um sonho que cresce a cada dia. O Martim fez com que eu estivesse um passinho mais perto do sonho.



Poder fotografar um parto é algo absolutamente indiscritível. Nunca tinha visto um, mas sabia que seria um sonho tornado realidade - ver um milagre com os meus próprios olhos.


Assim que a mamã Aida me ligou, perto da meia noite, saí disparada da cama em direção ao Hospital da Póvoa do Varzim - uma autêntica referência para quem sonha com um parto humanizado e respeitado, a seu ritmo.



Quando cheguei, admito que estava nervosa - Era a primeira vez que iria assistir à chegada de um bebé ao mundo! Não tenho filhos, não sou mãe, e, talvez por isso, não conhecia os termos médicos e o verdadeiro processo de um parto.



Olhava para a Aida com extrema admiração. Afinal, nós, mulheres, e especialmente vocês, mães, são autênticas guerreiras. A graça com que se concentrava durante todo o processo, foi uma lição para mim. O papá, porém, não ficava atrás. Todo o seu apoio estava a ser fundamental. E eu, ali, mosquinha, encostada às paredes, observava tudo e fotografava com todo o meu amor.




Pela noite dentro, a minha câmara disparava silenciosamente. Todos os segundos eram preciosos, mas, por muitas vezes, saí brevemente do quarto para que estes novos pais, que aguardavam (e lutavam!) por um dos momentos mais feliz das suas vidas o pudessem viver também a dois.



Pouco depois das 10 horas da manhã, uma luz linda entrava pela janela e anunciava que a hora estava perto. As enfermeiras entravam e saíam e estava na altura da mamã Aida ter o seu Martim nos braços. Tudo o que se passava à minha volta era, para mim, incrível. Gravava cada segundo na minha mente sabendo que nunca me esqueceria daquela noite. E, eis que, de um momento para o outro, o mundo ficou com mais cor.



A minha câmara tentava esconder os olhos com lágrimas que tentava conter. O milagre da vida não tem descrição. Assistir ao momento em que o vosso olhar se cruza, o início de toda uma vida juntos, é uma experiência absolutamente inesquecível.




E, de repente, eram quatro. (A Clarinha, a irmã mais velha, estava em casa!)


E, para mim, tudo mudou.


Descobri a minha maior paixão na fotografia - o nascimento.


Obrigada, Martim! Fizeste de mim uma fotógrafa melhor, mais consciente e mais sonhadora! Um dia vou-te contar que te vi nascer. Até lá, cresce feliz, pequenino!



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